A toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, é utilizada para diversos fins estéticos e terapêuticos. A Dra. Aline Hatzenberger esclarece algumas dúvidas mais frequentes para quem pretende usar a toxina botulínica para amenizar rugas de expressão.
O que é o botox?
Trata-se de um medicamento de origem biológica obtido a partir da bactéria Clostridium botulinum. O Botox®, como é popularmente conhecido, é, na verdade, a marca registrada de toxina botulínica tipo A do laboratório Allergan (primeiro a comercializá-la), mas existem outros produtos no mercado com diferentes nomes, como Dysport, da Galderma, Prosigne, da Cristália e Xeomin, do laboratório Merz.
O botox pode ser usado em todo tipo de ruga?
Não. Dentre os vários usos da toxina botulínica, a utilizamos em dermatologia, para suavizar as rugas dinâmicas; ou seja, aquelas que ficam muito marcadas devido à movimentação dos músculos da face, como as da testa, da região entre as sobrancelhas e da região dos olhos (os famosos “pés-de-galinha”). Para as linhas evidentes quando o rosto está em repouso (o “bigode chinês”, por exemplo), há outros recursos, como o preenchimento, realizado mais comumente com ácido hialurônico.
O rosto pode ficar sem expressão?
Não necessariamente. A forma de usar a substância evoluiu muito. Há alguns anos, dava, sim, um visual congelado. A tendência agora é deixar a aparência bastante natural. Isso vai depender da quantidade do material injetado em cada região, da técnica e do senso estético do dermatologista. Por isso, faz toda diferença optar por um especialista que tenha experiência no método e que avalie o seu rosto de forma individual, já que não há uma receita única para a aplicação da substância.
A partir de que idade pode começar a usar?
Mais importante do que a faixa etária do paciente, é saber se ele realmente precisa do tratamento. Mulheres jovens (30 anos em média) com tendência genética à formação de rugas podem usufruir da técnica de forma preventiva: ao relaxar determinado músculo, a toxina botulínica previne o aparecimento de um vinco mais profundo daqui a cinco ou dez anos. Mas esse uso ainda é polêmico e, como sempre, vale o bom senso do médico e do paciente.
Existem efeitos colaterais?
São raros. O mais comum de todos é a ptose palpebral, quando a pálpebra superior fica caída temporariamente (a reação costuma durar de quatro a seis semanas). Também podem ocorrer dores de cabeça logo após a aplicação e manchas roxas nos pontos das picadas. Gestantes, lactantes, pacientes com problemas neurológicos e que estão em uso de alguns medicamentos (como alguns antibióticos) não devem usar a substância.
O resultado é imediato?
Não. O efeito começa a ser observado em três ou quatro dias, mas o resultado final aparece mesmo depois de uma semana. Por isso, costuma-se agendar uma reavaliação em 2 semanas para verificar a necessidade de correções.
Quanto tempo dura?
Depende da quantidade da substância usada, da forma de aplicação e da resposta individual de cada paciente. Mas as estatísticas apontam para uma média entre quatro e seis meses de durabilidade. De qualquer forma, não é recomendado mais de duas aplicações por ano.
Quais são os cuidados logo após a aplicação?
Recomenda-se evitar atividade física no dia aplicação, assim como manipulação da face (massagear e coçar as regiões tratadas) nas primeiras 4 horas pelo risco de migração da medicação para áreas musculares profundas, principalmente ocular.
Em que casos o botox é indicado?
- Suavizar as linhas da testa, o vinco entre as sobrancelhas e os ”pés-de-galinha”
- Levantar os cantos da boca (reduzindo as rugas dinâmicas chamadas de “linhas de marionete”)
- Suavizar as rugas dinâmicas dos lábios (conhecidas como “código de barras”)
- Melhorar o contorno do rosto (linha mandibular)
- Arquear as sobrancelhas
- Melhorar as rugas no colo e no pescoço
- Arrebitar levemente a ponta do nariz
- Disfarçar a gengiva aparente ao sorrir
- Reduzir o excesso de suor nas axilas, mãos e pés (tratamento da hiperidrose)
- Corrigir o estrabismo.