Dermatologia Clínica

 

Dermatologia Clínica

A Dermatologia Clínica cuida de doenças de pele, cabelos e unhas, tanto as benignas (inflamatórias e infecciosas) como as malignas (câncer de pele). Essa área engloba consulta, acompanhamento, diagnóstico e tratamento de muitas doenças. As mais recorrentes são:

• Acne: doença crônica que acomete a unidade pilossebácea, tendo como fatores causais o espessamento folicular, o aumento da produção sebácea, a colonização bacteriana e a resposta imunológica e inflamatória.

• Micoses: infecções causadas por fungos, que acometem a pele, as unhas e os cabelos.

• Melasma: distúrbio adquirido da pigmentação, caracterizado por manchas em áreas expostas ao sol, principalmente na face.

• Rosácea: alteração inflamatória crônica que afeta os vasos da pele e a unidade pilossebácea, levando ao desenvolvimento de eritema (vermelhidão), com sintomas de queimação, prurido e “flushing” (crises de rubor facial); observada principalmente na pele do rosto, com períodos de exacerbação e melhora, afetando cerca de 10% da população.

• Dermatite de contato: reação inflamatória na pele decorrente da exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia. Caracteriza-se por vermelhidão, coceira, descamação e possível formação de vesículas ou bolhas, atingindo regiões localizadas ou extensas áreas do corpo.

• Dermatite atópica: doença genética, crônica, caracterizada por pele seca e sensível, coceira e episódios de eczema. A presença de outras desordens atópicas associadas como asma e rinite alérgica é observada em cerca de 80% dos casos. Compõem as causas fatores genéticos, imunológicos, microbianos, e de barreira cutânea.

• Foliculite: alteração da pele muito comum na população; acomete áreas com pelos espessos, como área da barba e couro cabeludo; relacionada a umidade da pele, irritação (atrito) e oclusão.

• Psoríase: doença inflamatória crônica caracterizada por placas com escamas espessas brancas/prateadas; os locais mais acometidos são cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo.

• Vitiligo: distúrbio adquirido da pigmentação da pele, tendo fatores causais genéticos e não genéticos, caraterizada pelo surgimento de manchas despigmentadas na pele.

• Farmacodermias (reações medicamentosas): relacionadas a medicamentos prescritos ou não; podem se apresentar como lesões avermelhadas difusas na pele, urticária (“vergões”) e/ou angioedema (inchaço na face, particularmente pálpebras e lábios) até manchas e bolhas localizadas.

• Alopécia: (queda de cabelo): é a redução parcial ou total de pelos ou cabelos em uma determinada área de pele. Apresenta várias causas, podendo ter uma evolução progressiva, resolução espontânea ou controlada com tratamento médico.

Câncer de Pele

O câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos.  O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem índice de mortalidade baixa, porém, seus números ainda são muito altos. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.

Para auxiliar no exame clínico, é utilizada uma ferramenta diagnóstica portátil chamada dermatoscópio, que ilumina e amplia a imagem da pele em 10 ou 20 vezes, permitindo a visualização das camadas mais profundas da pele. É um método não invasivo e que, de forma direta, permite ao médico avaliar lesões pigmentadas e não pigmentadas da pele, auxiliando no diagnóstico diferencial, principalmente na avaliação de lesões suspeitas de câncer de pele.

• Carcinoma basocelular (CBC): o mais prevalente dentre todos os tipos. O CBC surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele). Tem baixa mortalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Podem se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente. Em alguns casos, além da exposição ao sol, há outros fatores que desencadeiam seu surgimento. Alguns tipos de CBC podem se assemelhar a lesões não cancerígenas, como eczema ou psoríase. O tipo histológico mais comum é o CBC nodular, que se traduz como uma pápula vermelha, brilhosa ou perolada, que pode sangrar espontaneamente.

• Carcinoma espinocelular (CEC):  segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo e pescoço. A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do CEC, mas não a única. Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, ao uso de drogas antirrejeição de órgãos transplantados e a exposição a certos agentes químicos ou à radiação. Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar à das verrugas.

• Melanomatipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90% quando há detecção precoce da doença. O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a “pinta” ou “sinal”, em geral, muda de cor, de formato ou de tamanho, e pode causar sangramento. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente. Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; no tronco, nos homens; e no pescoço e no rosto em ambos os sexos.

 

 

REFERÊNCIAS:

Dermatology; Bolognia, Jorizzo, Rapini

Tratado de dermatologia; Walter Belda Junior, Nilton di Chiacchio, Paulo Ricardo Criado

Tratado de cirurgia, dermatologia, cosmiatria e laser; Bogdana Kadunc, Eliandre Palermo, Flávia Addor

Rotinas de diagnóstico e tratamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia; Omar Lupi, Paulo R. Cunha

Atlas de dermatoscopia (aplicação clínica e correlação histopatológica); Ferreira, Barcaui, Maceira

LASER e outras fontes de energia eletromagnética na dermatologia; Célia Kalil, Valéria Campos

site AAD – American Academy of dermatology

site SBD – Sociedade Brasileira de Dermatologia